Rio de Mouro recebeu o primeiro torneio de goalball de toda a grande área metropolitana de Lisboa. A iniciativa foi organizada pelo Clube Atlético e Cultural (CAC) da Pontinha, campeões nacionais em goalball, para divulgar a modalidade.
O primeiro torneio de goalball teve como grande vencedor a União de Cegos e Amblíopes do Seixal (UCAS) que derrotaram a equipa anfitriã por 7-3. No final do encontro o pódio ficou preenchido pelo UCAS (ouro), CAC A (prata) e CAC B (bronze). Eduardo Balola, jogador do CAC B, foi considerado o melhor marcador da prova com 15 golos efectivos e João Pereira, da UCAS, sagrou-se o melhor jogador do torneio. Ruben Portinha, jogador capitão da equipa de goalball do CAC, é natural da Abrunheira e foi o mentor do primeiro torneio da modalidade no concelho de Sintra. Em declarações ao Sintra Desportivo explicou que escolheu a escola secundária Leal da Câmara porque foi o estabelecimento de ensino que frequentou e considera as infra-estruturas bastante boas para pessoas portadoras de deficiência visual. «Acima de tudo quero divulgar o goalball no concelho e proporcionar a competição intercalar ao calendário do campeonato entre as equipas da grande Lisboa», salientou o jogador. O atleta sintrense usa o número 4 na equipa da Pontinha e já esteve na selecção nacional. No ano passado sagrou-se campeão nacional e da taça portuguesa da modalidade. José Eduardo Balola, treinador e impulsionador do projecto de goalball na Pontinha, foi jogador durante 16 anos e esteve ao serviço da selecção nacional parolímpica. Em entrevista ao Sintra Desportivo explicou a importância modalidade para as pessoas portadoras de deficiência visual. «A maior dificuldade é fazer chegar a informação sobre a existência desta modalidade aos invisuais», referiu o treinador afirmando que o clube está a fazer um trabalho de recrutamento de atletas junto das famílias e das escolas onde existem potenciais atletas de goalball. No primeiro torneio desta modalidade estiveram presentes seis equipas duas das quais convidadas para fazer pequenas demonstrações do jogo e não participaram na prova.
O goalball é uma modalidade paraolímpica praticada por atletas com deficiência invisual. O jogo é composto por duas equipas de olhos vendados que utilizam uma bola de cerca de 1,5 quilograma com guizos – para os atletas poderem detectar o som e trajectória – para marcar golos na baliza adversária. Cada encontro de goalbal tem duas partes de dez minutos cada mas o cronómetro pára sempre que existem remates para fora, time out (desconto de tempo), substituição e official time (paragem de jogo). A especificidade do jogo requer silencio total enquanto decorre cada partida para que os jogadores se consigam concentrar no som produzido pela bola em movimento.